domingo, 16 de agosto de 2009

Eu e meu relacionamento com a gripe suina

Estamos no meio de uma pandemia. Globalizaram o tal do vírus chamado H1N1. Até a saúde globalizamos. Quer dizer, até as doenças ao mesmo tempo estão conectadas, não via satélite como a INTERNET, via cabos de fibras óticas, via rádio, mas via oral mesmo e com uma espantosa velocidade carregada pelo mundo.
Agora surgem orientações de cientistas ligados a área médica que nos deixam receosos com nossos velhos hábitos e sugerem rever os paradigmas culturais enraizados há gerações.
Nos Estados Unidos, os filhos do Tio Sam tiveram um grande susto e devem reaprender com a história da recessão de 1929 a viver em tempos de crise e desemprego, e mais: conjugar o verbo economizar. Logo eles responsáveis diretos pela manutenção desenfreada do capitalismo monopolista financeiro desde os primórdios do Século XX , têm que copiar alguns modelos de sobrevivência dos povos de países que eles não estavam nem aí.
Agora chegou a nossa vez, povos dos trópicos, "calientes". Somos brasileiros com hábitos de vivermos nos apalpando. É sim, que o digam os orientais, alemães, árabes que ficam chocados com tanto carinho. Temos a característica de sermos um povo miscigenado de italianos com suas eloquências e sentimentos à flor da pele, e tantas outras etnias que nos fizeram expandir nossos sentimentos invadindo o limite do corpo do outro. Essa coisa de chegar e ter que sair dando beijinhos: no Paraná as mulheres se encontram e dão dois beijinhos, no Rio de Janeiro serão 3, casada ou não, sem contar os abraços, apertos, puxões.
Com esse surto de gripe suína, filha da influenza com gripe aviária e tantos outros codinomes, nem mesmo um espirrozinho ou uma tosse simples passam despercebidos. Basta estar entre pessoas que se instalam os olhares. Preste atenção e tente decifrar o novo signo: tem as caretas de: “ai, meu Deus!!!”. Alguns ficam bravos conosco por perto, outros ao menor barulho de espirro ou tosse saem numa velocidade surpreendente para o lado oposto; e tem aqueles que parecem que vão levar um soco no rosto e levantam o dois braços. Ah! E o que você acha dos que aderiram as máscaras? Viu as que combinam com a cor da roupa ou da empresa? E aquelas que têm uma peça plástica grudada na frente da boca, aí sim, parecendo focinho de porco? Suína!!!!! E já escutou aquele abobado que pergunta “estão distribuindo? “ Aonde tem pra vender dessa daí?”. E as várias roupagens do álcool gel? Já notou que diminuíram de 500ml para 480ml?
Tirando a parte da febre, de doar seu corpo para a medicina com tantas agulhadas e exames, de ser chique e dizer que está tomando o remédio vermelhinho inexistente para os meros mortais (assim o dizem na mídia) o chique é se achar parte da população globalizada especial: a dos contaminados. Vamos pensar que saímos das estatísticas e pelo tempo que vai demorar o tal resultado, mudou-se as contagens e muitos nem entrarão nela.
Mas o efeito positivo com essa pandemia globalizada é abrir nossos olhos aos riscos banais aos quais estamos expostos. As culturas deverão ser revistas. Que coisa!!!! Mexeram até com o chimarrão logo agora que comecei a gostar. Barbaridade, tche!

Ana Cristina Lima Mazzolli. Professora de Língua Portuguesa, Mestranda em Ciências da Educação pela UPAP -Campus Ciudad del Leste - PY

Um comentário:

  1. Parabéns Ana Cristinha! Nota DEZ para seu artigo. Para você, nota MILLLLLLL.

    En tiempo de crisis en todos los sectores de la sociedad, suele aparecer algo para distrair la atención de la poblacion mundial con la intención de engañar la gente.

    Ahora ya no hay mas crisis en la economia mundial, Los actos secretos de Sarney sigue en secreto, la prensa olvidó a Michael Jackson... Y asi sigue la história.
    José Antonio.

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